Prótese capilar temporária autóloga para camuflar eflúvio pós-operatório depois de transplante capilar feminino

Resumo

O transplante capilar pode dar bons resultados na alopecia de padrão feminino. Um dos principais problemas do pós-operatório em pacientes do sexo feminino é o eflúvio telógeno, que é uma queda decorrente do estresse da cirurgia e de trauma, que às vezes pode ser muito intensa. Este efeito pode causar um atraso na recuperação e retorno dos pacientes às suas atividades sociais. Todos os pacientes recuperam a densidade em um período que varia de dois a quatro meses. Enquanto isso eles precisam cobrir esta área com ataduras, lenço, maquiagem ou mesmo perucas.

Objetivo

Apresentar uma alternativa barata, prática e natural para cobrir a área de eflúvio telógeno, após um transplante capilar feminino, com uma peruca
autóloga.

Descrição técnica

Durante a preparação para a excisão da faixa o cirurgião geralmente raspa o cabelo na área da faixa, e esse cabelo é retirado (Figura 2). Para produzir a prótese capilar temporária autóloga (PCTA), o cabelo raspado é preso a uma estrutura, semelhante a uma tiara, com cola simples e esparadrapo para melhor fixação (Figura 3). Quando o eflúvio pós-operatório ocorre, o paciente pode usar a PCTA para cobrir esta área. Como o cabelo utilizado é do próprio paciente, ele é correspondente à cor, comprimento e aspecto dos cabelos circundantes. Isso torna a camuflagem muito mais natural do que uma peruca comum (Figura 4). Como o eflúvio pós-operatório leva, pelo menos, dois a quatro meses para
crescer novamente, geralmente é necessário camuflar essa área. As perucas podem ter aspectos artificiais ou, pelo menos, ser diferente do cabelo do paciente. Com esta prótese, consegue-se um aspecto natural.

Conclusão

Usar os cabelos do paciente é uma maneira simples e barata de produzir uma camuflagem natural pois os cabelos vão coincidir com as mesmas
características do cabelo circundante. Esta camuflagem opcional traz mais conforto para o período pós-operatório, enquanto o paciente espera pelo resultado final (Figura 5).

Figuras

Fig. 1: 45 anos de idade, paciente do sexo feminino. A) Visão pré-operatória
de padrão feminino de perda de cabelo (Ludwig II); B) 9 meses visão pósoperatória
– 1845 UF.

Fig. 2: Cabelo raspado na superfície da faixa.

Fig. 3: PCTA feita com cabelo raspado da área da faixa presa na estrutura (tiara).

                                                   

                         

Fig. 4: Paciente do sexo feminino de 35 anos de idade. A e B) Eflúvio
telógeno intenso dois meses após a cirurgia; C e D) Paciente usando PCTA
feita com seu próprio cabelo para cobrir a área
.

             

             

Fig. 5: Mesma paciente da Figura 5. A e B) vista no pré-operatório; C e D)
um ano depois de transplante capilar de 1491 UF.