Abstract
A mama vem sendo o centro da expressão máxima da feminilidade nas ultimas décadas e importante elemento do equilíbrio psicossocial, devido principalmente a resultados cirúrgicos cada vez mais satisfatórios, o que elevou a procura pela mamoplastia de aumento. Contratura capsular é uma das principais complicações da mamoplastia de aumento, por isto se faz necessário saber realizar o diagnóstico, assim como definir o momento certo de realização da cirurgia. Neste trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica, com relatos pré e pós-operatório, de casos de contratura capsular. Trazendo discussão de opções de tratamento para as contraturas capsulares como troca do implante, troca da posição sub-glandular ou submuscular, capsulotomia ou capsulectomia.
INTRODUÇÃO
Em busca da harmonia corporal,ao longo dos anos foram realizadas varias tentativas na busca de corrigir deformidades mamárias adquiridas ou constitucionais,por isso vários materiais já foram utilizados entre eles parafina, óleos,gordura de cadáver, esponjas de diferentes composições,e após a descoberta do silicone,se iniciou a utilização desse material,a principio foi utilizado o silicone liquido,trazendo uma serie de complicações,depois o silicone liquido porem revestido,que melhorou muito os resultados cirúrgicos,porém apresentando um grande numero de contraturas capsulares,então nos últimos anos vieram os implantes de gel,o silicone gel revestido de material texturizado ou poliuretano.E com a evolução desses implante o que notamos nas bibliografias e que houve uma queda importante no numero das contraturas.
Década 50 e 60: Silicone liquido amplamente usado,com grande numero de complicações.Em 1963 Cronin e Gerow,preconizam o implante de silicone gel de superfície lisa,o que trouxe uma grande satisfação,porém apresentado altos índices de contratura capsular,com relatos variando entre 10 a 80 %.Em 1970,Ashley idealiza silicone gel,revestido por fina camada de poliuretano conhecido como natural y,Em 1984,Herman,relatou o uso do implante de silicone gel revestido de poliuretano.A diferença entre ambos se deve a Cobertura,a densidade é ao tamanho dos poros.Em 1991,Pitanguy,relata sua experiência de 10 anos com uso de implante de silicone,Ressaltando que o implante de silicone gel revestido de poliuretano foi o que apresentou menor índice de contratura capsular,foram introduzidos 156 implantes com revestimento de poliuretano,com o índice de contratura de 1%.
CONCEITO E ETIOLOGIA
Contratura capsular, e a Constricção da cápsula fibrosa que se forma em volta do implante mamário. E pode ser por causas multifatoriais, hematomas ou infecções.
FISIOPATOLOGIA
Observou-se que o implante revestido de poliuretano acarreta uma reação de corpo estranho mais prolongada. Evidenciada pela mobilização predominante de células tipo macrófagos e células gigantes multinucleadas. Essa resposta seria aumentada pela degradação periférica da cobertura do poliuretano e liberação de seus fragmentos ,que seriam fago citados e carreados pelos macrófagos e células gigantes ,substituindo mais tarde por fibroblastos e colágeno.A ausência de contratura capsular se deve ao lento aumento de fibrose devido ao microencapsulamento dos fragmentos livres de poliuretano.As forças de contração em torno do implante encontram-se desunidas e anárquicas.
DIAGNÓSTICO
Exame físico, e por meios de imagens, Clinicamente pode usar a classificação de bake: Grau I, mamas normais, Grau II: contratura mínima, não percebida pela paciente. Grau III, contratura moderada, paciente nota rigidez.Grau IV, contratura visível, assimétricas e dor local.Os métodos radiográficos por imagens podem ser:mamografia,ecografia,tomografia computadorizada,porem o método mais apurado e a ressonância magnética.
TRATAMENTO
Métodos não cirúrgicos, que seria a capsulotomia fechada, por compressão externa, muito realizada na década de 80, não mais utilizada atualmente.
Métodos cirúrgicos: Nos casos Baker II E III há indicação de capsulotomias radiadas ou em forma de disco com ressecção parcial da cápsula no seu maior diâmetro. Nos casos Baker IV realizar capsulectomia completa. Em todos os casos é mandatória a troca do implante de silicone.
Figura 1 mostrando a cápsula formada.
Figura 2 a retirada da contratura capsular.
Figura 3 implante mamário, com a cápsula ao seu redor.
CONCLUSÃO
Concluímos que com a evolução dos implantes de silicone, houve uma queda significativa nas incidências de contraturas capsular, resultando em uma cirurgia que traz satisfação tanto ao paciente quanto ao cirurgião. A contratura capsular é um desafio e uma complicação real para todos os cirurgiões plásticos que fazem mamoplastia de aumento; porém não é um impedimento e muito menos uma contraindicação à cirurgia.
Segundo Kaye só não verificará contratura capsular por inclusão de implantes de silicone o cirurgião que não realizar mamoplastia de aumento, ou aquele que não souber diagnosticá-la, ou aquele que não faça o follow-up de seus pacientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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