Um abdome esteticamente harmônico apresenta fundamental importância no contorno corporal, por isso a abdominoplastia é capaz de trazer grande benefício para a paciente quando bem indicada. Sabemos que a posição da cicatriz transversa resultante é um dos principais aspectos envolvidos na satisfação da paciente com a cirurgia. Abdomens globosos, com pouca flacidez e umbigos altos são associados frequentemente a cicatrizes altas ou verticais resultantes. O objetivo do presente estudo é tentar já no pré-operatório identificar a relação desses fatores com esse tipo de cicatriz e assim poder explicar essa possibilidade para a paciente e evitar surpresas desagradáveis no pós-operatório. Para isso, além das classificações do tipo de abdome por Lewis e Pitanguy, propusemos um índice abdominal, baseado em pontos anatômicos fixos, que traduz objetivamente a altura do umbigo no abdome. Foi realizado um estudo prospectivo observacional no período de setembro de 2011 a abril de 2012, incluindo 65 pacientes operadas pela técnica de abdominoplastia de Pitanguy, as mesmas foram avaliadas no sexto mês de pós-operatório quanto à altura, largura e avaliação qualitativa de suas cicatrizes pelo questionário POSAS (Patient and Observer Scar Assessment Scale). Observamos que abdomens tipo II de Pitanguy e globoso de Lewis, assim como índice abdominal ≤ 0,49 tiveram correlação direta com cicatrizes mais altas e verticais no pós-operatório. Não observamos relação desses fatores com a largura da cicatriz, nem com a avaliação POSAS.
Monografia apresentada em 2009 por Danielle Dantas de Lira Gondim, sob orientação da Dra. Paula de Castro Samy, como requisito parcial para obtenção da nota final no curso de pós-graduação em cirurgia plástica do Instituto Ivo Pitanguy – 38a Enfermaria da Santa Casa de Misericórida do Rio de Janeiro.
A Cirurgia Craniomaxilofacial, ou simplesmente Cirurgia Craniofacial, originou-se modernamente da evolução de várias especialidades cirúrgicas que se desenvolveram simultâneamente como a Neurocirurgia, a Cirurgia Plástica, a Cirurgia de Cabeça e Pescoço, a Otorrinolaringologia e a Oftalmologia. Do ponto de vista semântico esta denominação engloba intervenções cirúrgicas realizadas na face, ou na transição crânio-facial, através de acessos combinados que incluem invariavelmente o acesso intra-craniano. A Cirurgia Craniomaxilofacial engloba de forma genérica o tratamento: 1. das deformidades congênitas com grande impacto no esqueleto crânio-facial como é observado na Cirurgia Plástica Pediátrica em síndromes freqüentes como a microssomia hemicraniofacial, Pierre-Robin, Treacher-Collins (disostose mandibulo-facial), cranioestenoses com importante acometimento orbital (plagiocefalia, trigonocefalia, braquicefalia) e as craniofacioestenoses (Apert, Crouzon) 2. dos tumores que envolvem a transição cranio-facial e que tornaram a Cirurgia de Base do Cranio uma importante subespecialidade dentro da Neurocirurgia e da Cirurgia de Cabeça e Pescoço 3. das deformidades pós-traumáticas, principalmente as que envolvem a região do terço médio e superior da face. Exemplos são as fraturas crânio-faciais com envolvimento da base do crânio como as fraturas naso-etmoidais e as fraturas fronto-orbitais 4. de deformidades secundárias a fissuras de face, desde as lábio-palatais tão freqüentes até, e principalmente, as fissuras raras (classificadas por Tessier), com ou sem acometimento craniano, pelo seu invariável acometimento esquelético 5. de deformidades dos maxilares como as observadas nas dento-esqueléticas com indicação da denominada cirurgia ortognática Este capítulo se propõe a rever a cronologia dos mais importantes eventos que culminaram com o surgimento, no início dos anos 70, da moderna Cirurgia Craniofacial. Apesar da óbvia importância que a Cirurgia Maxilo-Facial exerceu ainda no século 19, iremos nos deter basicamente no rápido desenvolvimento e nos enormes avanços que a cirurgia reconstrutiva deu a partir da Primeira Guerra Mundial, no início portanto já do século 20.
Este estudo é um relato de caso profissionais de Síndrome Boerhaave em pós-operatório de abdominoplastia com anestesia geral, com o objetivo de alertar os profissionais da área de cirurgia plástica sobre os riscos de incidência desta condição. A Síndrome de Boerhaave (ruptura esofágica) é uma doença grave que ameaça a vida do paciente e requer um diagnóstico precoce até 12horas, e um tratamento adequado. Método: Relato de caso onde a paciente no pós-operatório de cirurgia plástica abdominal e mastopexia, apresentou após anestesia geral crises de vomito e náuseas. Resultados: Paciente com 58 anos do sexo feminino submetida à dermolipectomia abdominal e mastopexia pela a técnica de pedículo inferior sob raquianestesia, onde após um período de quatro horas do termino da cirurgia apresentou vários episódios de vômitos. Após 10 horas do ato cirúrgico apresentou queixa de algia ao deglutir, seguindo de algia intensa generalizada, dispneia intensa, sudorese, palidez, PA 90x50mmhg. Com a piora do quadro a paciente foi encaminhada para unidade de terapia intensiva onde foi entubada. Foram realizados exames laboratoriais, toracocentese e exames radiológicos. Atualmente a paciente encontra-se com prótese esofágica. Conclusões: Fazendo a correlação com a bibliografia, o caso em tela sugere-se evitar cirurgias prolongadas principalmente sob anestesia geral onde pode ocorrer a retenção de gás carbônico que pode levar a crise emética no pós-operatório, pacientes com antecedentes de doença esofagiana pelo que já foi relatado e estar atentos aos sintomas não descartando a possibilidade da ocorrência da Síndrome Boerhaave.